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30
Jun08

O Bob Proctor Português

Francisco Proença de Carvalho

 

Na semana passada esteve em Portugal Bob Proctor, autor do famoso “Segredo”, livro que, segundo dizem, ensina-nos o caminho da felicidade, do dinheiro, do sucesso. Numa mega conferência, o Sr. Proctor explicou in loco a uma vasta assistência aqueles preciosos ensinamentos. Nada tenho contra! A sério! Sou da opinião que cada indivíduo é livre de escolher o caminho para a sua felicidade. Se uma pessoa é mais feliz por ler o “Segredo”, ouvir as opiniões do Prof. Marcelo ou pagar o dízimo à IURD (passe toda e qualquer comparação), para mim é completamente indiferente.
No entanto, penso que os Portugueses não precisam dos ensinamentos de Bob Proctor. De borla e sem necessidade de tradução, temos assistido à história de vida de João Vale e Azevedo. Este sim, um verdadeiro ensinamento empírico, aplicado à realidade portuguesa, de como alcançar a fortuna, o sucesso e, quiçá, a felicidade (avaliando pelo sorriso e descontracção com que o protagonista tem enfrentado as vicissitudes da vida).
Unanimemente condenado por burlas de milhões em vários processos por todas as instâncias judiciais portuguesas (desde o Tribunal de Comarca ao Constitucional), sem ter devolvido um cêntimo a qualquer dos seus credores ou revelado intenção de o fazer, Vale e Azevedo faz questão de demonstrar a Portugal que valeu a pena: grandes carros, barcos e casas, uma vida de luxo numa das mais caras cidades da Europa, tempo de antena em horário nobre na televisão. É verdade que teve que passar algum tempo na mais aprazível cadeia portuguesa e que foi protagonista dos famosos e lamentáveis 20 segundos de liberdade, mas, em tempos de crise, quantos portugueses não se importariam de fazer esse sacrifício em troca de uma vidinha à Vale e Azevedo?
Esta história bem real ensina-nos que, num país sem Justiça e Autoridade, o “Segredo” está em burlar, sorrir e seguir em frente como se nada fosse.
 
Ps: Já me esquecia! João Vale e Azevedo teve ainda o privilégio de ser presidente do maior e, na minha opinião, melhor clube do mundo. Mais: teve a felicidade de não ser importunado pelas autoridades portuguesas na pendência do seu extraordinário mandato.

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