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blogue atlântico

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30
Abr07

Espelho meu, diz-me, há alguém mais jacobino que eu?

Henrique Raposo
A Turquia é a república mais jacobina à face da terra. É mais jacobina do que própria França. Mas Paris diz "não" à entrada da Turquia na Europa. Porque é, dizem, muçulmana e porque está fora da Europa.

A França devia acolher de braços abertos a Turquia na UE. A Turquia é um hino à jacobinice francesa. Mas entre o ideal e o peso de decisão nas estruturas da UE, os franceses optam pelo segundo (a Turquia ia estragar de vez a ideia de uma Europa liderada pela França; ia ser um empecilho nas decisões do conselho). Nada de mais. É que antes dos jacobinos andou por ali um tipo, católico mas não parvo, que vestia sempre de vermelho: o Sôr Richelieu, ou como quem diz raison d'etat.
30
Abr07

Dar o Pina

Paulo Pinto Mascarenhas
Concordo com o que se tem dito e escrito, nomeadamente com o Boucherie Mendes: a Prisa, a TVI ou a Iberdrola têm todo o direito como empresas privadas a zelar pelos seus melhores interesses - e isso inclui a contratação de um psenhorzinho como Pina Moura. O problema está no facto de o PS aceitar que isso aconteça sem um gesto de discordância, lançando a suspeição sobre o seu grupo parlamentar e sobre todo o partido, incluindo a sua liderança, sempre que legislar sobre energia ou televisão. Comparar Pina Moura a Francisco Pinto Balsemão - alguém que tem pergaminhos pessoais e profissionais de sempre na comunicação social - é pretender enganar o pagode.
30
Abr07

Parabéns ao Indie

Paulo Pinto Mascarenhas
A organização do IndieLisboa - Festival de Cinema Independente de Lisboa tinha a expectativa de aumentar o número de espectadores na sua 4ª edição, que terminou domingo. E conseguiu. Entre 19 e 29 de Abril, o festival de cinema independente teve 35 500 espectadores, mais 7400 ingressos do que em 2006.

No Público.
30
Abr07

Focas em Gaia

Paulo Tunhas
Através de um post de Valupi, no Aspirina B, descobri que a câmara de Gaia, de Luís Filipe Menezes, tenciona transformar essa honrada cidade numa “pequena Londres do Mediterrâneo” (sic). Pelo menos a acreditar nas palavras do vice-presidente da autarquia, Marco António Costa, sem dúvida um homem de génio e visão, talvez discípulo de João Vale e Azevedo. Como moro no Porto - à beirinha do Adriático, como se sabe -, aplaudo. Quem não vê já, por cima de um suave leito de vinho do Porto, chegar muito lampeirinha aqui à beira a National Gallery em peso? E Trafalgar Square, ali perto de Santo Ovídio? O problema com estas coisas é que nos deixam sempre insatisfeitos e ansiosos. Quando é que alguém importante de Ermesinde vai a Paris? Não ficava bem um obelisco em Ermesinde? E o actual senhor de Matosinhos a Florença? Tem lá coisas giras. Mas não nos precipitemos. Comecemos, de facto, por Gaia. E, mal o vice-presidente Marco António Costa chegar a estas plagas do Mediterrâneo, alguém que o envie em nova missão ao Pólo Norte. É que, vistos do Porto, ficavam a matar uns igloos gigantes em Gaia. E uns ursos brancos. E focas no Douro. Consta que elas se dão bem aqui pelos Urais. Sobretudo, não atacam gente delirante. É bom que ele pense nesse aspecto.
30
Abr07

Choque de civilizações? Sim, mas só no trabalho

Henrique Raposo

1. Quando lemos qualquer coisa sobre a Índia, aquilo que mais choca não é a pobreza (que é reduzida todos os anos; digam a um indiano que a globalização é "predatória" e arriscam-se a levar um par de estalos), não é a falta de infraestruturas, não é a corrupção. O que choca é a capacidade de trabalho. Os laboratórios de software trabalham 24 sobre 24 horas, por exemplo.

2. Neste livro, Rampini conta uma estória relevadora. Uma empresa italiana abriu uma sucursal na Índia. Um jovem indiano, empregado da empresa italiana, foi estagiar na casa mãe. Resultado: o rapaz ficou espantado com a lentidão e falta de ética de trabalho dos colegas italianos. "Eles saem logo à pressa quando o relógio dá 17h; nós na Índia não temos horários de trabalho". Na Índia, há objectivos e não horários de trabalho. Na Europa, trabalha-se para preencher as horas do expediente. Na Índia, trabalha-se para cumprir objectivos. Na Índia, os trabalhares sindicalizados (10%) são tratados com desprezo pelos outros. Estes 10% (ainda protegidos pelas velhas leis da Licence Raj fabiana) são vistos como uma "aristocracia laboral". Eu também conheço um país onde existe uma aristocracia laboral. Aristocracia que amanhã vai desfilar em Lisboa.
Preparem-se para mais OPAs de indianos sobre empresas europeias. A Arcelor e a Corus são só o início. Não vale a pena fazer birra, não vale a pena fazer proteccionismo saloio. A realidade não foge só porque os europeus fazem beicinho.

3. Este é um dos poucos livros onde se vê um europeu atento ao mundo. Mundo: aquela coisa que vai além de Bush, Chavéz e do catarro de Castro (já repararam que a nossa TV reduz o mundo a estes três tipos?). Mais um grande livro da colecção sociedade global da Presença. Quando comecei a estudar, arranjar um livro sobre política internacional em Portugal era tão difícil como encontrar um marxista sério. Agora já não é assim. As editoras despertaram. A Presença, por exemplo, tem feito um esforço de edição interessante ao nível do debate internacional. Já editou Tim Flannery (essencial para o tal debate ambiental), Robert Cooper e o "Freakonomics".
30
Abr07

Os apoios de Segoléne

Bruno Gonçalves
French presidential candidate Segolene Royal received a campaign endorsement from an unexpected quarter on Saturday when an Iraq-based Iranian rebel movement held a rally to support her.

The People's Mujahedeen of Iran (PMOI), which is listed by the European Union and United States as a terrorist group, claimed that about 4 000 Iranian exiles and Iraqi supporters had gathered in the Iraqi town of Ashraf, northeast of Baghdad.

No News24.

Adenda: Segundo indicação do leitor Golani, este movimento, o PMOI, é o mesmo com quem o eurodeputado Paulo Casaca foi "apanhado" a dançar. Clique aqui, para rever esse grande momento...
30
Abr07

Pina colada

Pedro Boucherie Mendes

Caro Bruno, sem retirar um grama de verdade ao seu raciocínio, dou mais esta achega.
Muito provavelmente, Pina Moura foi contratado pela Prisa com base num raciocínio deste tipo: “é bom termos alguém benquisto nos círculos do poder executivo. Porque não só vem aí a televisão digital terrestre, como a PTM vai mudar de mãos e temos de estar preparados para o que der e vier. A bem do futuro do nosso negócio é preciso ter alguém que conseguirá persuadir o poder da bondade dos nossos argumentos”.
É, a meu ver, e deste ponto de vista estrito, uma decisão legítima. Uma decisão que revela uma certa sobranceria castelhana, mas legítima. 

A bondade dos argumentos da Prisa a que aludi, visa, pelo menos, a eficiência económica.


Se visa outras coisas, vão dar-se mal.


Na minha opinião, consubstanciada com algum conhecimento técnico do mercado dos media e da publicidade, é impossível termos projectos ideológicos de media, por causa das dimensões do mercado natural do negócio. De facto, todos os nossos media têm de ter qualquer coisa de albergue espanhol. 


Não obstante, concedo, pode haver quem tenha opinião diferente e julgue possível dar um colorido político-ideológico a um determinado media e/ou a um determinado grupo de media.


 


p.s. do tal ponto de vista de agradar ao chefe, é muito mais certeiro tirar Manuela Moura Guedes da antena que ter Pina Moura como chairman.    


 


 


 

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