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blogue atlântico

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31
Mai07

Dizer bem de Portugal (X)

Henrique Raposo
http://agualisa2.blogs.sapo.pt/arquivo/capt.sge.sid99.130305000329.photo00.photo.default-384x260%5B1%5D%5B1%5D.jpg
Quando me dizem que os portugueses são "racistas", dá-me vontade de rir. Há racismo? Há. De brancos e de pretos (sim, embora venha no dicionário, racismo não é sinónimo exclusivo de branco). Mas não se compara ao que há noutros países europeus. Nenhum povo europeu tem a nossa capacidade de integrar e de ser integrado. Somos tolerantes. Os outros tiveram de fazer a tolerância em calhamaços de teoria política. Nós somos tolerantes, abertos, cosmopolitas. O salazarismo anda a esconder isto tudo há muito tempo. Já chega.

Vivi o Mundial na Alemanha. As pessoas com quem estava (de toda a europa) não percebiam por que razão tínhamos "pretos" na selecção. Ou melhor, percebiam (alguns sabiam mais da história imperial portuguesa que eu), mas não compreendiam. Nem compreendiam por que razão eu torcia pela Costa Rica e não pela Suécia. Ali, vi as vantagens de ter sangue fenício, negro, muçulmano, romano, "bárbaro" e não sei mais do quê. A um irritante checo (quando os checos estavam convecidos que iam levar o caneco para Praga), disse apenas "I'm proud to be a mutt".

Quando o Mantorras marca, dá-me vontade de chorar. E como eu, muitos. Nesta simplicidade chorona está uma coisa que não se mede com régua e esquadro. Os países não se medem ao PIB.
31
Mai07

Dizer bem de Portugal (VIII)

Henrique Raposo
The image “http://pissarro.home.sapo.pt/Retornados.jpg” cannot be displayed, because it contains errors. Os retornados. Mais de meio milhão de pessoas chegou, de repente, a Portugal. Essas pessoas integraram-se na sociedade portuguesa sem conflitos de maior. Haverá casos semelhantes noutros sítios? Não me parece.

[inspirado no "Portugal - Retrato Social", de António Barreto].
31
Mai07

O anti-CSI

Henrique Raposo
http://i7.photobucket.com/albums/y276/katateh/zodiac_movieposter.jpgO CSI - aquela séria dos polícias versão Einstein - é uma seca. Uma violenta seca.
Quando era puto, a Rua Sésamo passava umas imagens de fábricas, de operários a trabalhar nas mais diversas coisas. "Como se faz um lápis?", perguntava o Ferrão, e a seguir passavam uma imagens de uma fábrica de lápis a fazer, ora essa, lápis. Adorava aquilo. O CSI é quase a mesma coisa. Mas não gosto. Não tem lápis. Como bons americanos, só usam o mechanical pen.

Ontem, vi um episódio que parecia mesmo a Rua Sésamo: uma experiência ao nível do som com bolinhas a pular numa caixa, e demais coisas tipo físico-química. Tudo filmado à maneira da Rua Sésamo. E, no meio disto tudo, os polícias sabem sempre tudo. Apanham sempre o bad guy. Aliás, o mau da fita não tem fuga possível. É sempre apanhado. Não tem qualquer liberdade. A ciência forense não o permite. É, enfim, uma série do nosso tempo. Um tempo onde tudo é certinho, normalizado, onde o caos não pode existir, onde o mal não escapa às garras da ciência. Uma seca. A negação do policial. Isto é MacGyver sem as roupas e cabelos pouco científicos dos anos 80.

Com Zodiac, Fincher vem recordar à malta que o mal pode mesmo escapar. Os homens podem montar-lhe mil cercos. No filme, há um cerco policial e outro jornalístico. Mas ele, o mal, escapa sempre. Para nosso desespero. No CSI, os polícias nunca têm dúvidas. No primeiro minuto já sabem tudo, depois é só provar que têm razão com a narrativa Rua Sésamo. Em Zodiac, vemos o fabuloso Mark Ruffalo a ser consumido pelas suas dúvidas, obsessões e até pela raiva contra as regras legais e processuais de um sítio civilizado. No CSI, só há as regras da ciência e nunca as regras legais. Sinal dos tempos?

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