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"Liberalise or Die" de Philip Collins e Richard Reeves na Prospect de Junho
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"Liberalise or Die" de Philip Collins e Richard Reeves na Prospect de Junho
Está provado: a justiça portuguesa não funciona.
1. Muitos dos ataques ou das críticas a Manuela Ferreira Leite resultam da sua proposta para se repensar as obras públicas em nome da situação de "emergência social" em que supostamente vivemos. O que pergunto é se muitas das críticas não têm a ver com uma perspectiva regionalista, sobretudo a partir do momento em que se começou a falar do TGV - e, mais concretamente, da ligação Porto-Vigo? Porque será que subitamente alguns liberais se transformaram em defensores das grandes obras do Estado e da política de betão?
2. Muitos dos apoiantes de Manuela Ferreira Leite dizem que agora é tempo de oposição e não de propostas concretas. Pacheco Pereira, por exemplo, fala de que não são necessárias grandes ideias, mas sim "inflexões" em relação às políticas do Governo. E deu exemplos no último Quadratura do Círculo, falando da "inflexão" que significou, por exemplo, a defesa da classe média. Ora, se bem me lembro, foi o CDS nas últimas legislativas que "introduziu" o tema - e ouviu-se então a acusação de demagogia, entre outros impropérios. Não só: a proposta de "inflectir" as verbas destinadas ao TGV para o apoio directo às IPSS, com parcerias público-privadas, também teve a sua primeira versão pela pena desse grande vilão da demagogia chamado Paulo Portas. Aliás, a proposta de repensar as obras públicas em nome da "quase emergência social" faz recordar a promessa de Durão Barroso de que não se iria construir o novo aeroporto enquanto existisse uma criança numa fila de hospital. O que pergunto é se a demagogia se transforma em credibilidade consoante o autor.
3. Faço estas perguntas porque me parece que tanto a prática política como o comentário que se faz sobre ela, nomeadamente na blogosfera, estão cada vez mais pessoalizados. Não se registam pelo valor das ideias - se são boas ou se não prestam - mas em função dos seus autores. As ideias não deveriam perder - ou ganhar - validade em função das pessoas que as apresentam. Este país não pode ser uma aldeia.
João Marques de Almeida, no Diário Económico:
Sempre que há um Campeonato Mundial ou Europeu de futebol, o mês de Junho é especial. Para quem gosta de futebol, e especialmente se Portugal está presente, a vida é organizada à volta dos jogos de Portugal. Fazemos tudo o que for possível para que uma reunião, uma viagem ou um jantar não nos impeça de ver jogar a nossa selecção. Para mim, este ano o campeonato europeu foi ainda mais interessante. Tirando o primeiro jogo de Portugal e a final, assisti a tudo o resto em Bruxelas. E posso dizer-vos que o mês de futebol europeu é tempo de nacionalismos e de patriotismos na Comissão. O resto é conversa. Toda a gente, incluindo aqueles e aquelas que ninguém diria que pudessem gostar de futebol, torce pelos seus países e está-se completamente nas tintas para identidades comuns europeias. Ainda bem.
A família Bush está de partida para a China. E eu estive lá na semana passada e fiquei a saber que o presidente Hu Jintao espera ter a honra de receber três gerações da primeira família dos EUA na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Deve ser um recorde qualquer – e uma dor de cabeça para os serviços secretos.
Pequim tem estima por George W. Bush. São poucos os diplomatas que, nas diferentes capitais do mundo, afirmam genuinamente que vão ter saudades do presidente americano. Pequim é uma importante excepção. Na minha visita à China ouvi dizer por diversas vezes que as relações sino-americanas nunca foram tão estáveis desde que o diálogo foi encetado no início da década de 70.
A inflação na zona euro atingiu valores recordes. Não é só na Europa que a inflação é motivo de preocupação, mas é aqui que os seus estragos vão ser maiores. Devido a uma estrutura laboral muito pouco flexível e à existência de uma Função Pública bastante protegida, que vai manter o emprego e os ordenados de muitas pessoas sem trabalho, não é numa cadeira no nosso local de trabalho que estamos sentados, mas num barril de pólvora. Um barril de pólvora que, mesmo não rebentando, nos vai moer o juízo nos próximos anos.
Maria Teresa Horta (MTH) deixou bem claro que não admite ser satirizada pelo 'Inimigo Público' (suplemento satírico do 'Público'); a escritora diz que o seu "bom-nome" foi ofendido por uma rábula e, em resposta, ameaça processar o jornal. Há três respostas a dar a MTH. Primeira: a nossa feminista de serviço precisa de aprender a diferença conceptual entre sátira e jornalismo. Segunda: a falta de humor é curável. Terceira: este caso revela que MTH não sabe o que é viver em liberdade. A escritora recorre a um mecanismo típico das mentes pouco arejadas: a liberdade, diz ela, não pode dar origem à licenciosidade. Ou seja, quando alguém goza com o feminismo ou com a própria MTH, não estamos perante um acto de liberdade, mas sim perante um acto de mau gosto. Salazar também adorava transformar a liberdade numa questão de gosto.