Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

blogue atlântico

blogue atlântico

30
Jun08

A ler

Pedro Marques Lopes
30
Jun08

Importam-se de explicar?

Paulo Pinto Mascarenhas

 

1. Muitos dos ataques ou das críticas a Manuela Ferreira Leite resultam da sua proposta para se repensar as obras públicas em nome da situação de "emergência social" em que supostamente vivemos. O que pergunto é se muitas das críticas não têm a ver com uma perspectiva regionalista, sobretudo a partir do momento em que se começou a falar do TGV -  e, mais concretamente, da ligação Porto-Vigo? Porque será que subitamente alguns liberais se transformaram em defensores das grandes obras do Estado e da política de betão?

 

2. Muitos dos apoiantes de Manuela Ferreira Leite dizem que agora é tempo de oposição e não de propostas concretas. Pacheco Pereira, por exemplo, fala de que não são necessárias grandes ideias, mas sim "inflexões" em relação às políticas do Governo. E deu exemplos no último Quadratura do Círculo, falando da "inflexão" que significou, por exemplo, a defesa da classe média. Ora, se bem me lembro, foi o CDS nas últimas legislativas que "introduziu" o tema - e ouviu-se então a acusação de demagogia, entre outros impropérios. Não só: a proposta de "inflectir" as verbas destinadas ao TGV para o apoio directo às IPSS, com parcerias público-privadas, também teve a sua primeira versão pela pena desse grande vilão da demagogia chamado Paulo Portas. Aliás, a proposta de repensar as obras públicas em nome da "quase emergência social" faz recordar a promessa de Durão Barroso de que não se iria construir o novo aeroporto enquanto existisse uma criança numa fila de hospital. O que pergunto é se a demagogia se transforma em credibilidade consoante o autor.

 

3. Faço estas perguntas porque me parece que tanto a prática política como o comentário que se faz sobre ela, nomeadamente na blogosfera, estão cada vez mais pessoalizados. Não se registam pelo valor das ideias - se são boas ou se não prestam - mas em função dos seus autores. As ideias não deveriam perder - ou ganhar - validade em função das pessoas que as apresentam. Este país não pode ser uma aldeia.

30
Jun08

Nacionalismos na Europa

Atlântico

João Marques de Almeida, no Diário Económico:

 

Sempre que há um Campeonato Mundial ou Europeu de futebol, o mês de Junho é especial. Para quem gosta de futebol, e especialmente se Portugal está presente, a vida é organizada à volta dos jogos de Portugal. Fazemos tudo o que for possível para que uma reunião, uma viagem ou um jantar não nos impeça de ver jogar a nossa selecção. Para mim, este ano o campeonato europeu foi ainda mais interessante. Tirando o primeiro jogo de Portugal e a final, assisti a tudo o resto em Bruxelas. E posso dizer-vos que o mês de futebol europeu é tempo de nacionalismos e de patriotismos na Comissão. O resto é conversa. Toda a gente, incluindo aqueles e aquelas que ninguém diria que pudessem gostar de futebol, torce pelos seus países e está-se completamente nas tintas para identidades comuns europeias. Ainda bem.

30
Jun08

Sobre "o Bush"

Bernardo Pires de Lima

A família Bush está de partida para a China. E eu estive lá na semana passada e fiquei a saber que o presidente Hu Jintao espera ter a honra de receber três gerações da primeira família dos EUA na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Deve ser um recorde qualquer – e uma dor de cabeça para os serviços secretos.

Pequim tem estima por George W. Bush. São poucos os diplomatas que, nas diferentes capitais do mundo, afirmam genuinamente que vão ter saudades do presidente americano. Pequim é uma importante excepção. Na minha visita à China ouvi dizer por diversas vezes que as relações sino-americanas nunca foram tão estáveis desde que o diálogo foi encetado no início da década de 70.

Pelo grande Philip Stephens.

30
Jun08

O Bob Proctor Português

Francisco Proença de Carvalho

 

Na semana passada esteve em Portugal Bob Proctor, autor do famoso “Segredo”, livro que, segundo dizem, ensina-nos o caminho da felicidade, do dinheiro, do sucesso. Numa mega conferência, o Sr. Proctor explicou in loco a uma vasta assistência aqueles preciosos ensinamentos. Nada tenho contra! A sério! Sou da opinião que cada indivíduo é livre de escolher o caminho para a sua felicidade. Se uma pessoa é mais feliz por ler o “Segredo”, ouvir as opiniões do Prof. Marcelo ou pagar o dízimo à IURD (passe toda e qualquer comparação), para mim é completamente indiferente.
No entanto, penso que os Portugueses não precisam dos ensinamentos de Bob Proctor. De borla e sem necessidade de tradução, temos assistido à história de vida de João Vale e Azevedo. Este sim, um verdadeiro ensinamento empírico, aplicado à realidade portuguesa, de como alcançar a fortuna, o sucesso e, quiçá, a felicidade (avaliando pelo sorriso e descontracção com que o protagonista tem enfrentado as vicissitudes da vida).
Unanimemente condenado por burlas de milhões em vários processos por todas as instâncias judiciais portuguesas (desde o Tribunal de Comarca ao Constitucional), sem ter devolvido um cêntimo a qualquer dos seus credores ou revelado intenção de o fazer, Vale e Azevedo faz questão de demonstrar a Portugal que valeu a pena: grandes carros, barcos e casas, uma vida de luxo numa das mais caras cidades da Europa, tempo de antena em horário nobre na televisão. É verdade que teve que passar algum tempo na mais aprazível cadeia portuguesa e que foi protagonista dos famosos e lamentáveis 20 segundos de liberdade, mas, em tempos de crise, quantos portugueses não se importariam de fazer esse sacrifício em troca de uma vidinha à Vale e Azevedo?
Esta história bem real ensina-nos que, num país sem Justiça e Autoridade, o “Segredo” está em burlar, sorrir e seguir em frente como se nada fosse.
 
Ps: Já me esquecia! João Vale e Azevedo teve ainda o privilégio de ser presidente do maior e, na minha opinião, melhor clube do mundo. Mais: teve a felicidade de não ser importunado pelas autoridades portuguesas na pendência do seu extraordinário mandato.
30
Jun08

O barril de pólvora europeu

André Abrantes Amaral

A inflação na zona euro atingiu valores recordes. Não é só na Europa que a inflação é motivo de preocupação, mas é aqui que os seus estragos vão ser maiores. Devido a uma estrutura laboral muito pouco flexível e à existência de uma Função Pública bastante protegida, que vai manter o emprego e os ordenados de muitas pessoas sem trabalho, não é numa cadeira no nosso local de trabalho que estamos sentados, mas num barril de pólvora. Um barril de pólvora que, mesmo não rebentando, nos vai moer o juízo nos próximos anos.

30
Jun08

A liberdade e o gosto

Atlântico

Henrique Raposo no Expresso:

 

Maria Teresa Horta (MTH) deixou bem claro que não admite ser satirizada pelo 'Inimigo Público' (suplemento satírico do 'Público'); a escritora diz que o seu "bom-nome" foi ofendido por uma rábula e, em resposta, ameaça processar o jornal. Há três respostas a dar a MTH. Primeira: a nossa feminista de serviço precisa de aprender a diferença conceptual entre sátira e jornalismo. Segunda: a falta de humor é curável. Terceira: este caso revela que MTH não sabe o que é viver em liberdade. A escritora recorre a um mecanismo típico das mentes pouco arejadas: a liberdade, diz ela, não pode dar origem à licenciosidade. Ou seja, quando alguém goza com o feminismo ou com a própria MTH, não estamos perante um acto de liberdade, mas sim perante um acto de mau gosto. Salazar também adorava transformar a liberdade numa questão de gosto.

Pág. 1/53

Links

Outros Mares

Outras Ondas

Arquivo

  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2008
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2007
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D