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blogue atlântico

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30
Jun08

Livros "Atlântico" 7, Os vários Iluminismos

Henrique Raposo

 

http://ecx.images-amazon.com/images/I/4110JNM67KL._SL500_AA240_.jpg

 

Atlântico n.º 11 (Fevereiro de 2006)

 

Roads to Modernity, da autoria da historiadora americana Gertrude Himmelbarb, tem dois propósitos claros: (1) objectivo secundário: resgatar a ideia de ‘Iluminismo’ das garras do irracionalismo pós-moderno; (2) objectivo central: afirmar que existiram diversos iluminismos e não apenas o Iluminismo francês.

 

Os iluministas do século XVIII projectaram a Razão como forma de emancipação do Homem. No século XX, os pós-modernos inverteram a relação causa-efeito do Iluminismo: a Razão passou a significar não a libertação mas a opressão. Roads to Modernity, numa primeira fase, deve ser entendido como uma recuperação do legado central do iluminismo: a Razão é mesmo um factor de libertação.

 

Mas o ponto central da obra é, sem dúvida, a defesa da seguinte tese: não existiu um único “projecto iluminista”. A Razão foi projectada com diversas intensidades. Além do habitual Iluminismo Francês, Himmelfarb confere dignidade ao Iluminismo Britânico e ao Iluminismo Americano.

 

O Iluminismo Francês (Voltaire, Diderot, etc.) é descrito como a “Ideology of Reason”. Em França, a Razão (ainda hoje) tem de ser total e absoluta. Tudo deve obedecer a um projecto racionalista. Aqui, a Razão era (é) mais importante do que os homens reais e está ao serviço de um Homem (que acabará por chegar!). As luzes americanas (“Politics of Liberty”) constituíram-se como a “nova ciência política”, isto é, um projecto político capaz de criar as bases institucionais de uma república liberal. Os EUA simbolizaram a ideia de Direito, quer ao nível do Direito Natural (os «direitos inalienáveis» da Declaração de Independência de 1776 - Thomas Jefferson), quer ao nível do Constitucionalismo Liberal de James Madison e Alexander Hamilton (consubstanciado na Constituição americana - 1787). O Iluminismo britânico é descrito como a “Sociology of Virtue”. As virtudes sociais (compaixão, benevolência, etc.) estão no centro do céptico pensamento inglês. Para Hume ou Burke, a Razão não é um Bem em si mesmo, mas apenas mais um dos instrumentos ao serviço dos homens. De que serve criar um Homem puramente racional, quando, ao mesmo tempo, não existe compaixão pelos homens reais?

 

[...]

 

[A "mãe" Kristol é bem melhor do que o marido Irving e do que o filho William]

 

30
Jun08

Ainda dizem que não há propostas

Pedro Marques Lopes

 

Devo ter estado, com certeza, distraído, mas, será possível que ninguém no PSD não tenha dito nada sobre o “novo” pacote laboral?

Mas para quem, como eu, andava a dizer que esta nova liderança não trazia nenhuma novidade, tenho que admitir que existe pelo menos uma: é a primeira vez que um Presidente do Conselho Jurisdicional de um partido aparece a fazer de porta-voz de uma liderança e, diga-se de passagem, muito bem alinhado com a nova linha do partido. Aquando da pergunta de Manuela Moura Guedes sobre quais seriam as propostas do PSD para as obras públicas afirmou sem hesitações: “pois, temos de analisar e pensar muito bem”. Também gostei da resposta à pergunta sobre quais as medidas para a crise social. Aí Morais Sarmento foi quase veemente: “pois, temos de estudar”.

Prevêem-se soluções muito, muito pensadas para as questões jurisdicionais no seio do PSD.  

30
Jun08

Os mensageiros

Pedro Marques Lopes

 

Andamos todos preocupados, como é evidente, com as convulsões sociais que estamos a viver. São greves, cortes de estradas, bloqueios, manifestações.

O pior é que a procissão ainda vai muito antes do adro.

Os europeus ainda não perceberam ou ainda, nem sequer, lhes tentaram explicar que o mundo mudou e que a opulência em que viveram nas últimas gerações acabou.

A tarefa dos políticos é titânica. Vão ter de explicar aos pais e mães europeus que os seus filhos já não vão ter coisas que eles tinham como, praticamente, direitos fundamentais: saúde e educação praticamente gratuitas, forte protecção no desemprego, taxas de juro que permitiam a quase toda a gente ter casa própria.

Todas estas coisas, que nunca na história do mundo as pessoas julgaram ser possíveis, foram hasteados em duas gerações a direitos inalienáveis e eternos.

No fundo, alguém vai ter de nos dizer que os nossos filhos vão viver pior, muito pior, que nós e que há pouco a fazer contra isso.

Muitos mensageiros/políticos vão “morrer” até que alguém acredite que a culpa não é deles.

 

 

 

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