Tolerância
Muito boa noite. Já passou uma semana desde que o Paulo me convidou para escrever neste blogue (aproveito para agradecer publicamente esse gesto de confiança). Até já me apresentou, e eu não dei sinais de vida. Esta ingratidão tem uma razão. Uma razão que aos poucos, e felizmente, se vai atenuando, e da qual uma parte (uma ínfima parte da carga de trabalho que, em redor do mesmo tema, me sufoca desde há alguns dias) está registada aqui (sem a última e necessária revisão do “inglês”, aviso). Se quiserem saber mais, vão acompanhando as actualizações da casa.
Entretanto, aproveito para referir esta notícia, que parece não ter sido muito discutida aí em Portugal. De certa forma compreende-se, pois relata um conflito interno ao Estado espanhol. Mas vale a pena acompanhar esta polémica, pois ela revela o estranho sentido de tolerância e de respeito pela opinião alheia que certa gente professa. Repare-se que a Rainha não questionou os direitos da união. Questionou apenas o nome dado a essa mesma união. As reacções foram, no mínimo, histéricas: Por supuesto, que vamos a ejercer acciones. Tendremos que reunirnos y si esta mujer no se retracta o abdica gritaremos ¡viva la República!. Houve também caricatas evocações de um passado de sofrimento: Es increíble que la Reina de España haga estas declaraciones cuando muchísimos homosexuales, lesbianas, transexuales y bisexuales, han dado con sus huesos en la cárcel. Me gustaría que se retrotrayera a la dictadura de Franco para ver lo que hacían a los gays. As reacções mais moderadas referiram el principio de neutralidad al que debe someterse [a Rainha]. Tanto alarido por causa de um nome...