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blogue atlântico

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30
Abr07

Há Moura na costa?

Pedro Boucherie Mendes

 


 

  1. Pina Moura vai ser chairman da TVI. Ou seja, não vai riscar absolutamente nada na gestão. Por aí já está salvaguardado, porque a gestão num grupo de media não é nada fácil.

  2. Os media são um negócio especial. A eficiência económica está indexada ao crescimento do investimento publicitário e por mais diversificação de receitas que os grupos de media tentem (como vender roupas com o logótipo dos Morangos com Açúcar ou bonecos do Batatoon), a Publicidade é sempre a chave. Se a Publicidade está em alta, uma televisão com razoáveis audiências liberta margem que nunca mais acaba. Se a Publicidade está em baixa, é uma chatice. Pensem que este é um negócio com custos muito fixos e muito altos.

  3. Ou seja, a TVI terá tanto mais investimento publicitário, quanto mais audiências tiver.

  4. Ou quase. Porque há alvos que interessam mais que outros aos anunciantes.

  5. Não sei se sabem, mas as agências e os clientes só pagam os alvos que atingem. O que é comprado às televisões são tiros certeiros nos alvos, não tiros de chumbo disperso que podem, ou não, atingir alvos.

  6. O que uma campanha da Vodafone (por hipótese) paga são os impactos nos alvos que determinada campanha pressupõe. Não paga inserções de anúncios em blocos publicitários. Paga apenas as inserções que acertam nos alvos. Se forem jovens urbanos de classe média-alta, nenhum dos velhotes pobres do interior que gramaram o anúncio conta para este Totobola.

  7. Dito isto, se determinados alvos rejeitarem determinado canal, não há audiências que salvem a eficiência económica.  

  8. Em português normal é assim: se a informação da TVI for feita de forma a antagonizar estes ou aqueles portugueses, a eficiência do negócio será prejudicada. E quanto mais cultos e endinheirados forem os alvos, mas as televisões gostam deles, porque mais a Publicidade gosta deles. Ter uma televisão que só é vista por lares de terceira idade ou em subúrbios lúgubres não é muito bom.

  9. Ao contrário da Imprensa ou da Rádio, as audiências televisivas são medidas de uma forma mais imediata (e mais fiável). No dia seguinte, pelas oito da manhã, para ser mais preciso. Para quem gere televisões, é o chamado choque com a realidade.

  10. Uma última notinha. Porque somos um país minorca, com uma economia anestesiada e desemprego estrutural preocupante, temos um mercado publicitário que é muito sensível à perda de um pontinho de audiências.  

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