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Abr08
Podem os católicos ser liberais?
André Abrantes Amaral
Na semana passada, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa queixou-se que o Governo exclui a presença católica da política. D. José Ortiga, arcebispo de Braga aproveitou para acrescentar que o Estado não deve ser "militantemente ateu". Este assunto, chama à baila um ensaio, escrito por mim e pelo Adolfo Mesquita Nunes, na Revista Atlântico em Maio do ano passado, intitulado ‘Os Católicos e o Estado Laico’.
Nesse artigo, tanto eu como o Adolfo, defendemos que os católicos enfermam de um problema que caracteriza o país: gostam demasiado do Estado e pretendem que este atenda, na medida do possível, os seus pontos de vista. Da mesma forma que os socialistas, os católicos pretenderam fazer valer os seus valores através do poder público. Ao fazê-lo, tornaram-se nuns socialistas que se diferenciam destes apenas por acreditarem em Deus. Dizem-se de direita tão só por serem católicos conservadores, numa distinção política digna do século XIX.
A Igreja deve ser livre de difundir as suas crenças. Não de as impor. Se acha que a visão que tem da sociedade está a ser destruída, deve lutar para fazer valer os seus princípios, em todo o lado, mas nunca utilizando o poder do Estado. A Igreja tem preocupações sociais? Que as resolva, por si, sem esperar apoios e reconhecimento. Pode começar por propor que as suas escolas sejam livres de escolher os programas de ensino que considere mais convenientes. Reconhecendo que as suas escolas são caras, pode sugerir que o Estado deixe o mercado funcionar, permitindo o surgimento de mais escolas privadas, com propinas mais baratas e acessíveis a um maior número de alunos. A Igreja (e os católicos) devem desistir do Estado e recuperar, dessa maneira, a liberdade de escolha. Que cada cidadão tenha mais poder para decidir a sua vida e, dessa forma, não seja ameaçado pelas decisões centralistas de quem é ateu.
Nesse artigo, tanto eu como o Adolfo, defendemos que os católicos enfermam de um problema que caracteriza o país: gostam demasiado do Estado e pretendem que este atenda, na medida do possível, os seus pontos de vista. Da mesma forma que os socialistas, os católicos pretenderam fazer valer os seus valores através do poder público. Ao fazê-lo, tornaram-se nuns socialistas que se diferenciam destes apenas por acreditarem em Deus. Dizem-se de direita tão só por serem católicos conservadores, numa distinção política digna do século XIX.
A Igreja deve ser livre de difundir as suas crenças. Não de as impor. Se acha que a visão que tem da sociedade está a ser destruída, deve lutar para fazer valer os seus princípios, em todo o lado, mas nunca utilizando o poder do Estado. A Igreja tem preocupações sociais? Que as resolva, por si, sem esperar apoios e reconhecimento. Pode começar por propor que as suas escolas sejam livres de escolher os programas de ensino que considere mais convenientes. Reconhecendo que as suas escolas são caras, pode sugerir que o Estado deixe o mercado funcionar, permitindo o surgimento de mais escolas privadas, com propinas mais baratas e acessíveis a um maior número de alunos. A Igreja (e os católicos) devem desistir do Estado e recuperar, dessa maneira, a liberdade de escolha. Que cada cidadão tenha mais poder para decidir a sua vida e, dessa forma, não seja ameaçado pelas decisões centralistas de quem é ateu.