02
Mai08
Animal Spirits?
Maria João Marques
É certo que as estupidez humana nunca é de subestimar , e torna-se ainda mais perigosa quando as pessoas vivem convencidas da sua infalibilidade estratégica (o que, sei lá porquê, associo aos egos dos políticos mais mediáticos). No entanto continuo convencida que na maioria das vezes as pessoas, dando-se-lhes um período razoável para ponderarem nas decisões e com um mínimo de informação, decidem-se pelo que lhes é mais vantajoso. Até pessoas tão irracionais (querem-me fazer acreditar) como os militantes do PSD.
O que eu tenho lido e ouvido sobre a provável extinção do PSD, ou um cisma de grande magnitude, a irreparável luta intestina entre "bases" e "elites" (ou "notáveis" ou "barões") - e ninguém tinha reparado na gravidade desse divórcio até Luís Filipe Menezes, qual Cromwell , a proclamar - vale, para mim, tanto quanto as opiniões dos republicans strategists que afiançam que Hillary Clinton é uma adversária muito mais temível para McCain do que Obama . (Eu até concordo, mas os autores da afirmação não. Ou ainda não acreditavam e já a opinavam). Então se o PSD é um partido de poder, e se está cheio de seres que quase vendem a mãe por um lugar numa junta de freguesia ou numa assembleia municipal, e vendem mesmo a mãe por um lugar elegível nas listas das legislativas, como poderá ser tão suicidário de forma a querer dividir-se em dois partidos e perder irremediavelmente a oportunidade de ser poder nas próximas décadas (ou até os irmãos desavindos se reunirem de novo)?
As directas que LFM ganhou (e que o próprio contestou até perceber que as ganhara) não significaram uma vitória do "povo" sobre a "alta-burguesia " (para citar A. J. Jardim); resultaram do reconhecimento que Marques Mendes não colava no eleitorado contra Sócrates e o PSD - por ser um partido que gosta de disputar o poder - decidiu experimentar a alternativa. Eu apostaria que é o que vai continuar a suceder, com mais ou menos birras, até ganharem eleições legislativas. O que será, no máximo, em 2013.
(Claro que não excluo que personalidades com egos demasiado cultivados, mas sem a correspondente quota de votantes, acompanhados de meia-dúzia de leais, produzam algo tão bem sucedido como o PND.)
O que eu tenho lido e ouvido sobre a provável extinção do PSD, ou um cisma de grande magnitude, a irreparável luta intestina entre "bases" e "elites" (ou "notáveis" ou "barões") - e ninguém tinha reparado na gravidade desse divórcio até Luís Filipe Menezes, qual Cromwell , a proclamar - vale, para mim, tanto quanto as opiniões dos republicans strategists que afiançam que Hillary Clinton é uma adversária muito mais temível para McCain do que Obama . (Eu até concordo, mas os autores da afirmação não. Ou ainda não acreditavam e já a opinavam). Então se o PSD é um partido de poder, e se está cheio de seres que quase vendem a mãe por um lugar numa junta de freguesia ou numa assembleia municipal, e vendem mesmo a mãe por um lugar elegível nas listas das legislativas, como poderá ser tão suicidário de forma a querer dividir-se em dois partidos e perder irremediavelmente a oportunidade de ser poder nas próximas décadas (ou até os irmãos desavindos se reunirem de novo)?
As directas que LFM ganhou (e que o próprio contestou até perceber que as ganhara) não significaram uma vitória do "povo" sobre a "alta-burguesia " (para citar A. J. Jardim); resultaram do reconhecimento que Marques Mendes não colava no eleitorado contra Sócrates e o PSD - por ser um partido que gosta de disputar o poder - decidiu experimentar a alternativa. Eu apostaria que é o que vai continuar a suceder, com mais ou menos birras, até ganharem eleições legislativas. O que será, no máximo, em 2013.
(Claro que não excluo que personalidades com egos demasiado cultivados, mas sem a correspondente quota de votantes, acompanhados de meia-dúzia de leais, produzam algo tão bem sucedido como o PND.)