08
Mai08
Educação sem liberdade
Paulo Pinto Mascarenhas
Na entrevista conduzida por Constança Cunha e Sá a Maria de Lurdes Rodrigues (MLR) na TVI, ouviram-se pelo menos mais duas afirmações que devem preocupar-nos tanto como a já referida por Hélder n' O Insurgente e por Miguel Morgado no Cachimbo de Magritte. Para além da total aversão à liberdade de os pais poderem escolher as escolas dos seus filhos e de uma fé inabalável nos planos ministeriais e legislativos para construir uma escola pública perfeita - em que todas as escolas públicas sejam niveladas e todas tão iguais que não vale a pena conceder qualquer liberdade -, a ministra revela também uma total confiança no papel do Ministério da Educação enquanto organização centralista. Este um primeiro aspecto: de acordo com MLR há um manifesto exagero na atribuição de responsabilidades ao monstro labiríntico que é o ME e uma desconfiança mal-dissimulada em relação à autonomia na gestão escolar - se existissem propostas credíveis de autonomia das escolas como poderiam ser todas iguais?
Finalmente, a uma outra pergunta insistente de Constança Cunha e Sá, a ministra aceitou que as "retenções" - mais um eufemismo do "eduquês" para a antiga reprovação ou para o velho "chumbo" - possam deixar pura e simplesmente de existir como parte integrante do método de avaliação dos alunos. Em nome do bem-estar e de um alegado desenvolvimento dos meninos, pressupõe-se que seja aceitável desprezar o esforço e o trabalho de uns ou o castigo para a ausência de participação e aproveitamento de outros. É, uma vez mais, o igualitarismo socialista na máxima expressão. Claro que deste modo Portugal subirá rapidamente ao primeiro lugar de Pisa e de todas as estatísticas comparativas na Educação.
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PS: Reconheço que fiquei surpreendido negativamente com a ministra nesta entrevista, ainda que continue a aplaudir o seu esforço na necessidade de avaliação dos professores. Tem uma grande qualidade que é o voluntarismo. O problema é ser canalizado para opções socialistas. Não posso porém concordar com Carlos Botelho, quando escreve que "Agora é tarde". Para além de me aparecer uma conclusão apressada e não sustentada em factos, nunca é tarde para nada na vida, sobretudo quando se trata de mudar para melhor.
Finalmente, a uma outra pergunta insistente de Constança Cunha e Sá, a ministra aceitou que as "retenções" - mais um eufemismo do "eduquês" para a antiga reprovação ou para o velho "chumbo" - possam deixar pura e simplesmente de existir como parte integrante do método de avaliação dos alunos. Em nome do bem-estar e de um alegado desenvolvimento dos meninos, pressupõe-se que seja aceitável desprezar o esforço e o trabalho de uns ou o castigo para a ausência de participação e aproveitamento de outros. É, uma vez mais, o igualitarismo socialista na máxima expressão. Claro que deste modo Portugal subirá rapidamente ao primeiro lugar de Pisa e de todas as estatísticas comparativas na Educação.
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PS: Reconheço que fiquei surpreendido negativamente com a ministra nesta entrevista, ainda que continue a aplaudir o seu esforço na necessidade de avaliação dos professores. Tem uma grande qualidade que é o voluntarismo. O problema é ser canalizado para opções socialistas. Não posso porém concordar com Carlos Botelho, quando escreve que "Agora é tarde". Para além de me aparecer uma conclusão apressada e não sustentada em factos, nunca é tarde para nada na vida, sobretudo quando se trata de mudar para melhor.