Deitar gasolina para o fogo
A discussão sobre os combustíveis no PSD é feita à medida do primeiro-ministro José Sócrates e do PS. Não me parece de modo algum que Passos Coelho - ou o CDS, que antes já tinha tomado a mesma posição - estejam a defender uma intervenção do Estado, mas apenas a redução de um imposto num momento particularmente delicado. Era bom também que todos os portugueses fossem informados de qual é o destino do Imposto sobre os Combustíveis (ISP). Servirá, como já foi dito, para pagar as SCUT? Por este caminho, se houvesse um quarto candidato com possibilidade de vencer as eleições do PSD talvez estivesse agora a pedir um aumento do ISP.
À força de não quererem ser chamados de populistas e de pretenderem ser vistos como sérios, muitos políticos começam a cair na demagogia de sinal contrário. Falta saber a razão porque a gasolina e o gasóleo são mais baratos em Espanha do que em Portugal - e se esse facto elementar não está a afectar seriamente a competitividade da economia nacional. O que mais me espanta, porém, é ver tanto liberal da blogosfera a defender a manutenção de taxas e impostos, primeiro instrumento da intervenção do Estado.