Os mensageiros
Andamos todos preocupados, como é evidente, com as convulsões sociais que estamos a viver. São greves, cortes de estradas, bloqueios, manifestações.
O pior é que a procissão ainda vai muito antes do adro.
Os europeus ainda não perceberam ou ainda, nem sequer, lhes tentaram explicar que o mundo mudou e que a opulência em que viveram nas últimas gerações acabou.
A tarefa dos políticos é titânica. Vão ter de explicar aos pais e mães europeus que os seus filhos já não vão ter coisas que eles tinham como, praticamente, direitos fundamentais: saúde e educação praticamente gratuitas, forte protecção no desemprego, taxas de juro que permitiam a quase toda a gente ter casa própria.
Todas estas coisas, que nunca na história do mundo as pessoas julgaram ser possíveis, foram hasteados em duas gerações a direitos inalienáveis e eternos.
No fundo, alguém vai ter de nos dizer que os nossos filhos vão viver pior, muito pior, que nós e que há pouco a fazer contra isso.
Muitos mensageiros/políticos vão “morrer” até que alguém acredite que a culpa não é deles.