Laurinda Alves
Estava com vontade de esgalhar uma, quando descobri algo ainda mais degradante para uma mulher do que pornografia: o blog de Laurinda Alves. Foi um dos blogs destacados pelo Sapo, o que não abona muito a favor do blog da Atlântico (que conta com mais de 30 autores, dos quais metade passam o ano a coçar os tomates e dois ou três o clítoris). Ao entrar no blog, encontramos seis fotografias de Laurinda Alves que nos dizem duas coisas: quando acorda, primeiro introduz a dose diária de anti-depressivos e depois é que se vai pentear. No primeiro post (7 de Julho de 2008), depois de um texto de Laurinda Alves (que aqui utilizo como adjectivo), apresenta-nos uma entrevista com jovem loira (não é adjectivo), estudante de arquitectura e regressada de um ano de faculdade no Rio de Janeiro. Primeira pergunta: que impacto teve a cidade em termos urbanísticos e arquitectónicos na jovem? Resposta: «em termos urbanísticos e arquitectónicos aquilo que mais se destaca é a favela». Está certo, uma pessoa vai ao Rio de Janeiro e entre edifícios, parques, igrejas, catedrais, palácios, estádios, decide estudar a favela que não só é um modelo a seguir em termos urbanísticos e arquitectónicos, como consta que é o último grito no que toca a desenho de interiores. O resto da entrevista, mostra-nos uma jovem sorridente a relatar a sua experiência na favela de japariguagua (perdão, jacariquaqua) e feliz pela «sorte» que teve de lá trabalhar (assim como milhares de pessoas têm a «sorte» de lá viver). No final, depois da jovem argumentar que a favela não é um sítio perigoso, Laurinda Alves pergunta-lhe se ela tenciona lá voltar. Surpreendentemente, «não».