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blogue atlântico

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31
Mai08

País de brandos costumes

Ana Margarida Craveiro

De passagem, entre eleições do PSD e selecções em jogo, uma notícia sobre "peixeirada" na lota de Matosinhos. Assim mesmo, o título: um tom levemente jocoso, de quem não leva muito a sério o que se passou. Em Espanha, o pescado foi distribuído a quem se chegasse à frente; em Portugal, mediante a possibilidade de ser entregue à caridade, destruído a pontapé.

 

Pergunta (de um comerciante, suponho) a um piquete de greve bloqueio: E se eu tivesse peixe na minha carrinha?

Resposta do referido piquete: Tirávamos!

Nova pergunta: Mas se os senhores têm direito a fazer greve, eu também tenho direito a não estar de acordo!

Resposta: Não tem, não, que a gente não deixa passar.

 

É isto a tolerância em bom português. O respeito pelo próximo, como se vê, domina. Depois espantam-se com os nossos fracos resultados em matéria de democracia comparada. A cultura política deste país parou em 75.

 

 

31
Mai08

Grandes derrotados da noite

Paulo Pinto Mascarenhas

http://ferrao.org/uploaded_images/louca.jpg

 

Para além de Menezes, um dos grandes derrotados desta noite do PSD é Francisco 'Não fui eu que falei primeiro de Câncio em público mas aproveito a deixa e também falo' Louçã. Manuela Ferreira Leite vai disputar o centro a José Sócrates, empurrando-o para a esquerda. Os eleitores socialistas vão ser convencidos a deixarem-se de possíveis votos de protesto ou outros devaneios esquerdistas - e o Bloco de Esquerda, amálgama populista de votos dispersos dos descontentes, é um dos grandes prejudicados com a eleição de Ferreira Leite. Daniel Oliveira - que desculpou esfarrapadamente Louçã pelo ignóbil truque utilizado no debate de quinta-feira no parlamento - sabe disso muito bem. Não sabe ele outra coisa.

31
Mai08

Livros Atlânticos (6)

Atlântico

Porquê só agora?

 


A. Delgado, A. Telles, e N. Bettencourt Mendes, Luís de Freitas Branco, Caminho/TNSC, Lisboa, 2007, 504 pp.

 

por Francisco Sassetti


«Seja qual for o ângulo de observação, Luís de Freitas Branco domina o século XX português com a estatura de um colosso, de importância comparável, no âmbito da música, a um Fernando Pessoa». É desta forma que Alexandre Delgado introduz o leitor à viagem que esta obra nos propõe fazer, através da vida e da obra do compositor Luís de Freitas Branco (1890-1955), um dos mais importantes compositores portugueses, que foi, nas palavras de Delgado, «responsável pela abertura da música portuguesa à modernidade».


Não é habitual, em Portugal, encontrar livros publicados sobre artistas nacionais, de forma que toda a excepção a esta regra, por mais pequena que seja, transforma-se num acontecimento digno de realçar. Neste caso, não se trata de um pequeno acontecimento, antes pelo contrário, ou não estivéssemos nós a falar do primeiro livro dedicado ao compositor, e não fosse este um estudo detalhado sobre os mais diversos aspectos da sua vida e obra, ilustrado com variadíssimos documentos inéditos – desde cartas e partituras, a fotografias e artigos. Dividido em três partes (Esboço Biográfico, Obra Musical 1904-1923, e Obra Musical 1924-1955; cada uma da autoria de um dos três autores), o livro aparece na sequência do Festival Luís de Freitas Branco que, em 2005 e 2006, assinalou os cinquenta anos da sua morte.


Além de Alexandre Delgado, os outros autores são Ana Telles e Nuno Bettencourt Mendes, dois doutorandos em universidades estrangeiras (Paris e Londres, respectivamente), que nas suas teses estão a explorar a obra deste compositor, sinal de que o nome de Luís de Freitas Branco está, de novo, a ultrapassar as fronteiras portuguesas (de novo, porque assim aconteceu quando o compositor era vivo). Por cá, este livro promete rapidamente tornar-se numa leitura obrigatória para quem estude ou se interesse por música. Apresentado ao público por Rui Vieira Nery no Teatro de São Carlos (que apoia a publicação) no dia 21 de Maio, o livro conta ainda com um prefácio de Paolo Pinamonti (ex-director do teatro).

 

Resta-nos fazer uma pergunta: porquê só agora?


[Publicado na Revista Atlântico]

31
Mai08

Directas PSD (6)

Paulo Pinto Mascarenhas

SÉRIE GRANDES VENCEDORES

 

 

Rui Rio é outro dos grandes vencedores destas directas. Conseguiu finalmente vingar-se de Luís Filipe Menezes. Falta saber se as suas legítimas ambições à liderança do PSD não vêm a atropelar Manuela Ferreira Leite a meio do caminho. Estará sempre à espreita depois de 2009.

31
Mai08

Directas PSD (5)

Paulo Pinto Mascarenhas

SÉRIE GRANDES VENCEDORES

 

Como disse Constança Cunha e Sá na TVI, o discurso social de Manuela Ferreira Leite não apareceu por acaso e releva de uma certa - dita - matriz social-democrata que tem em Cavaco Silva o seu grande expoente - não se deve esquecer o Roteiro para a Inclusão da Presidência da República. Cavaco Silva, como lembra o Rui A. no Portugal Contemporâneo, pode cantar vitória nestas directas do PSD. Como já escrevi há uns dias, vêm aí tempos ainda mais difíceis para o primeiro-ministro José Sócrates - para além da crise económica.

31
Mai08

Directas PSD (4)

Paulo Pinto Mascarenhas

SÉRIE GRANDES VENCEDORES

 

http://content.answers.com/main/content/wp/en/5/57/Vox_Pacheco.jpg

 

Pacheco Pereira é, indiscutivelmente, um dos grandes vencedores das directas de hoje. Os seus comentários - na SIC, na Sábado ou no Público - foram decisivos ao longo dos tempos para minar e derrubar a anterior direcção de Luís Filipe Menezes, assim como foram decisivos para eleger Manuela Ferreira Leite. O discurso tinha a sua marca clara. Não admira que estivesse hoje presente na sede da candidatura da vencedora. Falta saber se não se perdeu um comentador e se ganhou um político activo - é de esperar que faça parte das próximas listas de deputados a 2009, até por uma questão de coerência.

31
Mai08

Directas PSD (3)

Paulo Pinto Mascarenhas

Quando digo ali em baixo que Luís Filipe Menezes é o grande derrotado não o digo à toa. Foi derrotado em toda a linha e poderá retirar-se para o exílio em Gaia. Menos falador, de preferência. Pedro Santana Lopes ficou em terceiro lugar mas, de facto, como escreve Ana Margarida Craveiro, o santanismo não morreu. E podemos dizer tudo sobre Santana, mas não podemos negar que perdeu com muita dignidade e, seguramente, vai continuar a andar por aí. Passos Coelho ficou em segundo como prevíamos e, se o futuro não é agora, ao contrário do que dizia o lema da sua campanha, pode apenas ter ficado adiado por uns tempos, talvez para depois de 2009. Quanto à vencedora, Manuela Ferreira Leite não deve esquecer que é eleita com um resultado diminuto e que convém agora unir o partido, sob o risco do fraccionamento, que continua no horizonte.

 

PS (D): A não perder os comentários de Pedro Marques Lopes no Rádio Clube Português a partir das oito da noite.

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