Obama
A esquerda anda quase histérica com provável vitória de Obama. O João Galamba, quando não conclui que os estados têm de intervir e regular a actividade económica, não fala de outra coisa que não seja de Obama e, claro, de Sarah Palin. Até a maioria da comunicação social (recordo-me de Luís Costa Ribas na SIC dizer que Clinton tinha a nomeação praticamente garantida) que não acreditava em Obama, aguarda por ele como se fosse o homem que nos vai fazer regressar aos bons e velhos tempos da calmaria que existia antes da globalização. Antes da China depositar produtos nas nossas lojas e gastar cada vez mais dinheiro em armas; da Índia estar a ganhar imenso dinheiro e querer ter uma armada no Índico e a Rússia fazer jogo duplo com as matérias primas que tem (por enquanto) para dar e vender ao mesmo tempo que ameaça invadir os estados vizinhos.
Na verdade, como referi em Janeiro de 2007, “Barack Obama, senador desde 2004, afro-americano, novo, fresco, bem disposto, optimista e com a vida pela frente é o homem certo. Os tempos estão com ele. E a vitória também.” A derrotas de McCain e de Hillary eram previsíveis, precisamente pelas razões que tive oportunidade de aludir nesse texto.
Obama tem uma vantagem que é, ao mesmo tempo uma desvantagem: Se ele permite uma aproximação temporária dos descrentes à América, a decepção será um impulsionador para lágrimas futuras. Até Janeiro, não haverá os contra e os a favor da América. Seremos todos Obamistas. Depois da tomada de posse, voltaremos à história do costume. A desilusão de uns e o realismo de outros.