Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

blogue atlântico

blogue atlântico

31
Dez08

Post do ano

Henrique Raposo

E o post do ano é mesmo este de Palmira F. Silva.

 

- Texto óptimo sobre as mentiras das escolas pós-modernas e "multiculturalistas".

 

- Só uma crítica: não são neoconservadores. O termo é mesmo reaccionários. Aliás, é assim que Habermas - o verdadeiro progressista - critica a falsa esquerda pós-moderna: são reaccionários. Como muitos autores franceses (Ferry, por exemplo) têm dito, a velha forma de pensar da velha direita (vitalismo irracionalista, culto da comunidade e da tradição, relativismo cultural - chamavam-lhe nacionalismo -  vs. a razão e o indivíduo) é utilizada, há décadas, por sectores que se dizem de esquerda. A esquerda multiculturalista é reaccionária da cabeça aos pés. Dizem que são de esquerda (porque dá jeito para as carreiras), mas pensam como um velho reaccionário. É a grande fraude apontada por Fernando Savater.

 

 - Em Portugal, Boaventura Sousa Santos é o exemplo típico desta esquerda que tem uma epistemologia completamente reaccionária e irracionalista, no sentido da velha direita.

 

- No meio do caos epistemológico - bem criticado por Palmira F. Silva -, autores medíocres como Baudrillard ou Zizek  ganham o seu pão. A sua mediocridade é mascarada, precisamente, pelo caos epistemológico, isto é, "podes dizer o que quiseres, podes misturar o que quiseres; se tiveres uma capa jeitosa, e uns termos obscuros, vais ser considerado um génio porque não há critérios para avaliar x ou y; vale tudo". É por isso que autores que defendem um rigor epistemológico, como Comte-Sponville, perdem no jogo da fama para palhaços epistemológicos como Zizek. Mas o tempo irá fazer justiça.

 

- Além de Paul Boghossian, indicado no referido post de Palmira F. Silva, convém ler, entre outras coisas,  Linguagem e Solidão de Ernest Gellner (tb indicado no post). Aqui Gellner faz um argumento iluminista contra o relativismo cultural. Depois, José Guilherme Merquior continua fundamental na crítica ao niilismo de cátedra de Foucault e companhia. Em jeito de brincadeira, Ubaldo, nos Budas, no meio da Blitz sexual, tem uma passagem linda a gozar com o obscurantismo pós-moderno (se não me engano, o alvo é Lacan). Esta passagem é melhor do que muito escrito académico.

 

PS: No livro indicado, mesmo que Habermas use o termo "neoconservador" - já não me lembro bem -, nunca faz isso no sentido do "neoconservador" americano. "Neoconservador" é um termo preciso que remete para aquele grupo de iluministas convertidos ao poder. Quando usa o termo pouco preciso de "neoconservador", Habermas indica uma posição que renova os valores reaccionários.

Links

Outros Mares

Outras Ondas

Arquivo

  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2008
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2007
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D