Do tempo que vivemos e do que há-de vir
Celebrando o Dia Mundial da Paz, falou-se das disparidades sociais como geradores de violência. A pobreza como causa e consequência dos conflitos armados deverem fazer-nos olhar não só para o que passa por esse mundo fora (e a realidade lá fora é triste), mas também ao que está a acontecer à porta das nossas casas.
O Estado garantia em que nos fizeram acreditar, habituou-nos mal e preparou-nos pior para o que possa aí vir. Um Estado que se substituiu à família em todo e qualquer apoio social, nomeadamente ao nível educativo, assitencial e financeiro, desresponsabilizou-a. Perante a crise que veio para ficar, a população vai exigiar cada vez mais do Estado: vai querer que lhe dê emprego ou um subsídio, vai querer que lhe dê incentivos, vai querer que lhe eduque as crianças e lhe dê de comer; vai querer que lhe fique com os velhos. Vai querer tudo e mais alguma coisa. Cada vez mais.
Distribuindo dinheiro a quem lhe estende a mão, priveligiando os ricos e os pobres, o Estado puxa pelas pontas e cria, no meio, tensões cada vez mais graves. A classe média estica, estica e fica cada vez mais magra. A corda vai acabar por partir e o conflito vai estourar.