Quinta-feira, 24 de Janeiro de 2008
A calma antes da tempestade
O Primeiro-Ministro do Kosovo, Hashim Thaçi, afirmou que a independência está para breve e que se trata apenas de uma questão de dias, sendo que conta com o apoio maciço da UE e dos EUA. A verdade é que dificilmente o Kosovo será independente antes da conclusão das eleições presidenciais na Sérvia. O que Thaçi pretenderá com esta declaração é garantir ao seu povo que a vantagem do candidato ultranacionalista sérvio nas presidenciais não põe em causa o futuro do Kosovo. Mas declarações destas também alimentam o ressentimento sérvio pela perda da região, afastando ainda mais os eleitores de Tadic. E uma Sérvia nacionalista e próxima da Rússia não interessa nada ao Kosovo. A prudência é mesmo uma virtude rara na política.
De Luís Lavoura a 25 de Janeiro de 2008 às 10:44
"uma Sérvia nacionalista e próxima da Rússia não interessa nada ao Kosovo"
Isso seria se o Kosovo fosse (ou pretendesse ser) um país independente normal.
Mas o Kosovo não pretende ser tal coisa. O Kosovo pretende ser aquilo que é: um protetorado da NATO. Ou seja, viver à sombra do exército dos EUA. Os kosovares habituaram-se ao longo dos últimos decénios a viverem à custa dos outros - da Jugoslávia. Basicamente no Kosovo nada se produz - a única coisa de jeito que lá há é uma grande mina próximo de Mitrovica. Os kosovares traficam e contrabandeiam, mas nada produzem. E agora, depois de terem vivido à custa da Jugoslávia durante uns decénios, decidiram passar a viver à custa da União Europeia, que lhes pagará o sustento, a polícia e o exército, e que lhes dará um grande mercado para as suas traficâncias e contrabando.
Será isso a "independência" do Kosovo. Viver à custa de uns palermas diferentes. Ou seja: de nós.
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